quinta-feira, 12 de julho de 2007

Um mundo paralelo ao real, ou mesmo uma vida paralela?

Sabem, eu estou um tanto ou pouco preocupado com aquilo em que a nossa sociedade se está a tornar. Numa época em que sentimos que estamos ligados ao mundo e às pessoas por causa da internet, do telemóvel, etc. durante as 24 horas do dia, na realidade não estamos, quanto mais as tecnologias evoluem, menos ligadas estão as pessoas. A facilidade com que conseguimos comunicar nos dias que correm cria uma falsa ilusão de comunicação. Nunca estivemos tão desligados! Há que tomar consciência disto!
E pior que pensarmos que estamos permanentemente "contactáveis" com os telefones pessoais, é a substituição de encontros físicos por encontros virtuais, como Second Life proporciona. Não sei se têm estado a par deste tema, deste "jogo" que não é um jogo mas sim uma outra dimensão.
Há inclusive pessoas a fazerem dinheiro real no Second Life, criadores, vendedores, entre outro tipo de profissões. Estas pessoas devem anular sua vida no mundo em que vivemos para se dedicarem a construir e aperfeiçoar este mundo virtual, há quem chegue a passar 12 a 14 horas por dia em frente ao monitor do computador. Questiono-me acerca da sanidade mental desta gente. Passar 14 horas a viver uma vida irreal, para quê? Será que estas pessoas rejeitam a sua própria realidade para construir uma que seja ideal e perfeita?!
Não compreendo qual é o objectivo disto, e o incrível é que esta tecnologia continua a desenvolver-se, e segundo já ouvi dizer, a novidade de Second Life consiste num motor de busca semelhante ao "Google", mas em 3D!
Penso que há da parte das pessoas uma falsa ilusão de refúgio. Pelo que já vi na televisão, há psicólogos que têm pacientes utilizadores frequentes de Second Life que se sentem ameaçados e perseguidos na vida real porque na vida virtual foram assaltados, ou raptados. Portanto, as pessoas levam a vivência da sua personagem muito a sério! E gastam dinheiro real para comprar casas, roupas, veículos, eu sei lá!
A grande adesão a Second Life, do meu ponto de vista, consiste no facto de se poder criar uma personagem idílica e com ela realizar todo o tipo de acções, entre elas, fantasias sexuais. Sim, como seria de esperar, há sexo virtual. Mas não é esse o problema, o problema é que as crianças também têm personagens virtuais, que em muitos dos casos fazem-se passar por adutos, e vice-versa. Estão a ver onde quero chegar... É um enorme problema ético!
É isto que o futuro nos espera? Qualquer dia a raça humana é "zipada" e arquivada numa pasta qualquer num disco rígido com um nome que não lembraria a ninguém e por isso ninguém a vai voltar a encontrar.

1 comentário:

Filipa disse...

ja fazem falta os selos e as cartas

bom texto.